quarta-feira, 26 de outubro de 2011
A LIBERDADE
Quando era criança , tinha o péssimo costume de pegar passárinho, prende-los em gaiolas e judiar das pobres avezitas.
Apesar dos conselhos de mamãe, aparecia eu , sempre, com um passarinho em casa. Certo dia , cheguei com um belo pintassilgo.
Mamãe contrariou-se.
- Menino, já te disse que isso não se faz, falou-me severamente.
-Ora mamãe, que mal faz?
Eu dou água, comida, tudo...
-Mas rouba-lhe a liberdade, atalhou a mamãe.
-Liberdade! porque é que ele vai querer a liberdade se tem tudo aqui?
Mamãe pegou-me pelo braço.
-Onde è que a senhora me leva? perguntei assustado.
- Vou prender-te num quarto, uma semana , duas semanas, um mês, dois...
- Não! Não - Mas eu dou-te água, comida e tudo...
- Não quero, assim não posso passear, não posso brincar...
_ Não queres . Sim falta-te, uma coisa. E o que falta é justamente o que negas a esta ave: LIBERDADE!
Duas lágrimas escorreram -me pela face. Olhei para o pássaro, o pobrezinho tremia em minhas mãos.
Automaticamente abri as mãos e ele , radiante, galgou o espaço.
Compreendi esta lição, e nunca mais prendi um animal que fosse. Não nos basta a comida, a agua...
mas sim a liberdade e o direito de viver.
( José Barros Neto- Campinas- São Paulo- Brasil)
Em tempo: Este texto foi publicado pela primeira vez em maio de 1944, portanto há 67 anos atrás, continua atual, não está defasado.
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Lendo a aprendendo
"O que me preocupa não é o grito dos maus.
É o silêncio dos bons ..."
"Para que o mau prevaleça é preciso
que os homens bons cruzem os braços"
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