sexta-feira, 27 de abril de 2012

A LENDA DA VITÓRIA RÉGIA








Essa planta logo acima é a Vitória -Régia, planta aquática nativa do Amazonas, com poderosas  raizes que ficam submersas. A flor circular é enorme atingindo até 2 metros de diametro. Flutuam sobre as aguas  e apresentam belas flores alvas. E como tudo o  que é imenso e  grandioso tem uma lenda para explicar a sua origem, a Vitória-Régia também tem a sua. 




                                                Regozijava em festas a aldeia dos indios Maués.  Ao som de torés, maracas e outros instrumentos musicais, os  guerreiros dançavam ao centro da  taba iluminada de archotes que queimavam as mais perfumadas  resinas .
                                                 Mulheres  serviam as  bebidas  caxiri, cauim e carne moqueada. A razão  de tanta alegria  era a celebração de uma caçada feliz.
                                                  O cacique Canuqué reuniu  tribos vizinhas e amigas para festejarem  o acontecimento.
                                                  No meio de tanto divertimento, apenas a bela Nacaíra, filha do cacique , se sentia  triste e solitária. Sempre fpra disputada pelos mais  famosos e destemidos guerreiros, mas a nenhum deles dava  o menor olhar ou gesto de esperança. Seu coração puro não pertencia  a  homens que penduravam no pescoço dentes de  inimigos mortos em batalhas, numa atitude  de bravura e heroismo. Quando pequenina, Nacaíra  gostava de ouvir as histórias  de Jná, velha feiticeira que conhecia os poderes  misteriosos das plantas, a  origem dos rios, o das serras e sabia os  nomes de muitas estrelas do céu.
                                                  Contara-lhe uma vez Janá que a Lua era um guerreiro branco, belo e poderoso . Nas noites de luar descia à  Terra para se casar com uma jovem;  depois  a levava para o céu,  transformando-a em brilhante estrela.
                                                   Nacaíra  ouvia em silêncio, olhinhos presos  no espaço infinito.
- Como seria bom  viver la no alto, transformada em estrela e olhar a terra pequenina e distante....
                                                    Nas noites de luar, saía pelas  matas fitando o céu, braços  erguidos  como a querer  alcançar o guerreiro bem-amado. Naquela noite de festas  ela deixou as danças      e cantos, as custosas bebidas e cheirosos assados e pos-se a  caminhar pela floresta.
                                                     No meio do céu, a lua brilhava tranquila, tudo era sossego. Apenas o vento que  brincava nas árvores, trazia o rumor distante das danças e cantos da taba.
                                                     Nacaíra encaminhou-se para a lagoa. Viu refletida nas aguas  a imagem querida da Lua . Boiava de mansinho como se,  dela se aproximasse  sempre mais . Pensando no jovem  branco que  por certo , vinha  busca-la., a  indígena correu ao seu encontro, atirando-se nas  aguas profundas.
                                                      Ninguém viu mais Nacaíra, a bela princesa dos  maués. Mas o luar única testemunha  daquela cena se condoeu  da infeliz indiazinha em vez de  transforma-la numa estrela do céu, transformou-a em  Estrela das  Aguas .
                                                       No dia seguinte quando os maués andaram em busca de Nacaíra, encontraram no lago uma flor de radiante beleza, de suave tom rosa- pálido e de perfume  delicado, semelhante ao do fruto maduro..
                                                         Era a Vitória -Régia, que desde  então passou a enfeitar a superficie dos  grandes lagos e rios.
                                                         E conta a lenda, que nas noites  de luar, ela abre de mansinho suas  pétalas acetinadas  para receber a luz e carícias da Lua.
                                                                                           Fonte: Lendas Brasileiras

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