quinta-feira, 4 de maio de 2017
O GATO 2º
Olha aí o gato persa
O Gato da Madame
O gato da madame anda perfumado
Laço no pescoço todo alinhado
Bebe uisque nem parece um gato
Foge arrepiado , apavorado
Quando vê um rato
Anda sempre de unha pintada
Não anda na rua pela madrugada
Não come sardinha
Porque tem espinha
Carne tem de ser filé mignon
Ele não faz miau só faz mignon (autor: Carim Mussi e Armando Nunes- 1957)
Pablo Neruda cujo nome era Neftali Ricardo Eliecer Reyes Basoalto, poeta chileno considerado um dos mais importantes nomes da literatura do século XX. Seu pseudônimo foi escolhido para homenagear o poeta tcheco Jan Neruda.
Ele era diplomata, embaixador chileno na França quando ocorreu o golpe de Estado que depôs o presidente Salvador Allende. De volta ao seu país, sofreu perseguições políticas
Pablo Neruda nasceu em 12 de julho de 1904 em Parral, Maule. Recebeu o Prêmio Nacional de literatura do Chile em 1945 e recebeu também o Prêmio Nobel de literatura em 1971 e por fim morre em 23 de setembro de 1973 aos 69 anos em Santiago- capital do Chile.
Ele também falou sobre o gato, onde ele diz assim:
Ode ao Gato
Os animais foram
imperfeitos,
compridos de rabo, tristes
de cabeça.
Pouco a pouco se foram
compondo
fazendo-se paisagem,
adquirindo pintas, graça vôo
O gato,
só o gato apareceu completo
e orgulhoso:
nasceu completamente terminado,
anda sozinho e sabe o que quer
O homem quer ser peixe e pássaro,
a serpente quisera ter asas,
o cachorro é um leão desorientado,
o engenheiro quer ser poeta,
a mosca estuda para andorinha,
o poeta trata de imitar a mosca,
mas o gato
quer ser só gato
e todo gato é gato do bigode ao rabo,
do pressentimento à ratazana viva
da noite até os seus olhos de ouro.
Não há unidade
como ele
não tem
a lua nem a flor
tal contextura:
é uma coisa
só como o sol ou o topázio
e a elástica linha em seu contorno
firme e sutil é como
a linha da proa de uma nave.
Os seus olhos amarelos
deixaram uma só
ranhura
para jogar as moedas da noite.
Oh pequeno imperador sem orbe,
conquistador sem pátria
mínimo tigre de salão, nupcial
sultão do céu
das telhas eróticas,
o vento do amor
na intempérie
reclamas
quando passas
e pousas
quatro pés delicados
no solo,
cheirando,
desconfiando
de todo o terrestre,
porque tudo
é imundo
para o imaculado pé do gato.
Oh fera independente
da casa, arrogante
vestígio da noite,
preguiçoso, ginástico
e alheio,
profundíssimo gato,
polícia secreta
dos quartos,
insígnia
de um
desaparecido veludo,
certamente não há
enigma na tua maneira
talvez não sejas mistério,
todo o mundo sabe de ti e pertences
ao habitante menos misterioso
talvez todos acreditem,
todos se acreditem donos
proprietários, tios
de gato, companheiros
colegas
discípulos ou amigos do seu gato.
Eu não.
Eu não subscrevo.
Eu não conheço o gato
Tudo sei, a vida e o seu arquipélago,
o mar e a cidade incalculável,
a botânica
o gineceu com os seus estravios
o por e o menos da matemática,
os funis vulcânicos do mundo,
a casca irreal do crocodilo,
a bondade ignorada do bombeiro
o atavismo azul do sacerdote,
mas não posso decifrar um gato.
Minha razão resvalou na sua indiferença.
os seus olhos tem números de ouro.
Ode- composição poética que se divide em estrofes semelhantes entre si, tanto
pelo número como pela medida dos versos.
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Vejam mais frases sobre gatos:
"Para medir o calor
do dia, olhe o comprimento
do gato que dorme." (James W. Hackett)
"O gato que dorme
tem sonhos de passarinho
na sombra do muro." (André Ricardo)
"Como um gato de dorso arrepiado, arrepio-me diante de mim." (Clarice Lispector)
"Procissão de gatos?
a menina vai na frente
levando as sardinhas." (Rosa Clemente)
"Os sonhos dos gatos, são povoados de ratos." (Desconhecido)
"Ninguém me faz de gato e sapato. Mas se conseguirem eu retribuo.
Quando gato fujo. Quando sapato- chuto." (Caio Augusto Leite)
"Quem não tem cão, caça como gato." (sozinho) provérbio
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