sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

O AMOR VISTO DO ANGULO MATEMÁTICO

As folhas tantas do livro de matemática, um quociente apaixonou-se um dia doidamente por uma incógnita.
Olhou-a  com seu olhar inumerável e viu-a  do ápice  à base.
Uma figura ímpar, olhos rombóides, boca trapezóide. corpo ortogonal, seios esferóides.
Fez da sua uma vida paralela a dela até que se encontraram no infinito.
"Quem  és tu?"- indagou ele com ânsia radical.
"Eu sou a soma dos quadrados dos catetos, mas pode me chamar de hipotenusa."
E de falarem , descobriram que eram o que em aritmética, correponde a almas irmãs, primos entre si.
E assim se amaram ao quadrado da velocidade da luz numa sexta potenciação, traçando ao sabor do momento e da paixão, retas, curvas, circulos e linhas senodais.
Nos jardins da quarta dimensão, escandalizaram os ortodoxos da fórmulas Euclidianas e os exegetas do universo finito.
Romperam convenções Newtonianas e Pitagóricas e, enfim  resolveram se casar , constituir um lar, uma perpendicular.
Convidaram os padrinhos:

o poliedro e a bissetriz e fizeram os planos , equações e diagramas para o futuro, sonhando com uma felicidade integral e diferencial.
E se casaram e tiveram uma secante e três cones muito engraçadinhos e foram  felizes até aquele dia  em que tudo afinal , vira monotonia.
Foi então que surgiu o máximo divisor  comum, frequentador de circulos  concêntricos  viciosos, ofereceu a ela um denominador comum.
Ele quociente percebeu que com ela  não formava mais um todo , uma unidade.
Era o triangulo  tanto chamado amoroso desse problema , ele era a fração mais ordinária .
Mas foi então que Einstein descobriu a  relatividade e tudo que era espúrio passou a ser moralidade , como, aliás , em qualquer sociedade 
                                                          (Millor Fernandes)

espúrio-   quer dizer falsificado

Alguém disse um dia:

"Estou feliz, meu egoismo tirou em último lugar  na "São Silvestre" do amor"

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