quinta-feira, 25 de agosto de 2016

A INFÂNCIA




Na minha infância sonhei
dourado e brinquei de poesia

A infância é o período que vai desde o nascimento até aproximadamente o décimo segundo ano de vida de uma pessoa. É um período onde o ser humano, desenvolve-se psicologicamente envolvendo graduais mudanças no comportamento da pessoa e na adquisição das bases de sua personalidade.

Sorrisos
Choros
Manhas
Ações surpreendentes
Assim somos nós na nossa infância

Mas apesar disso ainda temos no Brasil e no mundo, muitas crianças que ainda não tem escola, atendimento médico apropriado, comida na mesa.
Por isso é que foi criado  no Brasil no  dia 24 de agosto, O Dia da Infância, para que possamos refletir sobre a situação dessas crianças e colaborar de  alguma forma para que essa condição seja revertida. Seja participando de projetos sociais e ações desenvolvidas por ONGS ou até mesmo ajudando uma criança próxima, doando um brinquedo, um livro infantil ou um agasalho que você tem guardado e não queira mais.
Mas lembre-se bem dessa frase: "Fazer caridade, generosidade, solidariedade não é dar as sobras e sim o que falta para o outro."  pense bem nisso!
Dizem que a infância é a Idade dos Medos. Ao contrário do que muitos pensam o medo na criança é natural e autêntico. Portanto, deve ser respeitado e compreendido.
Casemiro de Abreu (1839-1960) um dos  mais populares poetas do romantismo, era conhecido como o poeta da  poesia bem comportada. Ele promove uma reflexão sobre a infância. Quem ainda não conhece estes versos?

                                  Meus Oito Anos

Oh! que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais
Que amor, que sonhos. que flores,
Naquelas tardes fagueiras
A sombra das bananeiras
Debaixo das laranjais

Como são belos os dias
Do despontar da existência
Respira a alma inocência
Como perfume a flor
O mar é lago sereno
O céu um manto azulado
O mundo um sonho dourado
A vida um  livro d'amor.

Que  auroras , que sol, que vida
Que noites de melodia
Naquela doce alegria
Naquele ingênuo folgar
O céu bordado de estrelas
A terra de aromas cheia
As  ondas beijando a areia
E a lua beijando o mar

Oh! dias da minha infância
Oh! doce a vida não era
Nessa risonha manhã
Em vez de magoas de agora
Eu tinha nessas delícías
De minha mãe as carícias
E beijos de minha irmã

Livre filho das montanhas
Eu ia bem satisfeito
De  camisa aberta ao peito
Pés descalços, braços nus
Correndo pelas campinas
A roda das cachoeiras
Atrás das asas ligeiras
Das borboletas azuis

Naqueles tempos ditosos
Ia colher pitangas
Trepava a tirar mangas
Brincava a beira do mar
Rezava as ave-marias
Achava o céu sempre lindo
Adormecia sorrindo
E despertava a cantar.

                                    Muitas pessoas e compositores tentaram reviver as brincadeiras de infância em suas músicas. Mas o cantor e compositor Chico Buarque de Holanda talvez tenha chegado mais perto com sua música "João e Maria" dizendo assim:

Agora eu era o herói(quantos de nós vivemos esse sonho quando criança) e o meu cavalo só falava inglês- era um cavalo educado.
a noiva do cowboy
era você além de outras três...
Ele fala das "guerras" da nossa infância da luta contra os alemães e seus canhões
Ele fala do bodoque, do pião
do faz de  conta que infelizmente terminou.

Sidney Miller (1945-1980) se destacou por trabalhar terras populares e cantigas de rodas, marré-de-cy, menina da agulha, circo, passa anel.
Reviveu em O Circo a melhor das brincadeiras de nossa infância, com direito a picadeiro, trapezista. palhaço, domador, bailarina, porque a dança só termina quando a noite for embora.

Em Os Tribalistas, lançado em 2002, Arnaldo Antunes, Marisa Monte e Carlinhos Brow na música Velha Infância, o retorno a infância se dá no encontro do primeiro  amor.:

E a gente canta
E a gente dança
E a gente não se cansa
de ser criança
Agente brinca
Na nossa Velha Infância...

Mas a gente falar sobre a infância, é falar sobre algo indecifrável, enigmático. Talvez seria correto dizer que é a fase da vida, onde somos crianças e por onde se inicia nossa aprendizado e nossas descobertas. A infância se revela algo mais complexo, talvez por isso vários  pensadores desde a Antiguidade vem tentando entender e compreender o que Larrosa (1998- pag. 67) caracterizou como "seres estranhos dos quais      nada se sabe, esses seres selvagens que não  entendem nossa língua".
A infância para esse autor é algo que buscamos explicar, nomear e intervir. Sabemos o que são as crianças e procuramos falar a sua língua, para que possam entender. Mas a infância por nos dar o troco, ela está muito além de qualquer captura, ela inquita  nossos saberes, questiona o poder de nossas práticas e nos instiga e fascina a cada dia.

George Bermanos,  também fala sobre a infância e diz assim:

"A experiencia me mostrou muito tarde que não se pode explicar os seres, a partir de  seus vícios, mas sim partindo daquilo que conservam intactos, de puro, do que lhes  resta da infância, por mais profundamente que seja necessário buscar".

                                       A Infância de Antigamente

A infância de alguns anos atrás era bem melhor do que hoje. As crianças conversavam uma com as outras, interagiam de forma afetuosa, brincavam na rua sem se preocupar com a violência urbana. Hoje elas vivem trancadas em sua própria casa , no computador, ou jogando vídeo-game, num tremendo isolamento social.
No campo das brincadeiras os meninos se divertiam jogando bolinha de gude, esconde-esconde, limão galego, mímica, bobinho, cabo de guerra, dança da cadeira, batata-quente, bilboquê, balança caixão, pião, carrinho de rolimã, garrafão, estilingue, bodoque.
As meninas brincavam de roda, amarelinha, elástico, passa anel, queimada, bambolê, casinha de boneca, lenço atrás onde as crianças cantam:

Lencinho na mão caiu no chão
Dois tomates por um tostão
Moça bonita do meu coração
Pode jogar? Pode! Ninguém vai olhar?
Não! Quem olhar é um bobão.

Pode parecer estranho, mas houve um tempo em que as crianças brincavam na rua ou na escola sem usar as teclas do celular ou outro  equipamento eletrônico, não havia televisão nem computador.
Mas o tempo passa os costumes mudam e as crianças num futuro já próximo vão crescer sem ter infância.

Para concluir eu digo:

Ser criança é brincar e ser feliz
É sorrir e estudar
É amar e ser amada
É o futuro no presente.


E agora vejam as citações sobre a infância:

"A vida é a infância da nossa mortalidade"  (Goethe)

"O grande homem é aquele que não perdeu a candura de sua infância." 

"A infância tem as suas maneiras próprias de ver, pensar e sentir. Nada mais insensato que pretender substituí-las pelas nossas."   (Voltaire)

"É preciso desde a infância ir preparando o futuro, para chegar chegar a abundância" (Olavo Bilac)

"Depende de nós , quem já foi ou ainda é criança"   Desconhecido)

"Eu explico tudo melhor com músicas.
Com música, você pode fazer as pessoas voltarem ao seu estado natural-  a infância"


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