sábado, 7 de julho de 2012

DIA DO PANIFICADOR





A  foto ao lado retrata uma padaria do século XVIII

Genesis capitulo III :    Comerás o  teu pão com o suor do teu rosto


As famílias da pré-história já conheciam o pão




                          Todo dia 08 de julho é o Dia do Panificador

Conta a história portuguesa que, no ano de 1333, sob o reinado de D. Diniz, casado com D. Isabel, houve uma fome terrível.
Para melhorar a situação, D. Isabel empenhou suas jóias  para poder comprar trigo de outras regiões e assim , poder manter seu costume de distribuir pão aos fracos e oprimidos.
Em dia de distribuição, o rei apareceu inesperadamente. Com medo de ser censurada ela escondeu os pães em seu regaço(colo). O rei percebendo o gesto perguntou : "O que tendes em seu regaço?".
A rainha respondeu em voz trêmula:  "São rosas, meu senhor". O rei, não acreditando, pediu para ve-las.
Isabel abriu os braços e, para surpresa de todos, cairam ao chão rosas frescas e perfumadas.
O rei não se conteve e beijou as mãos da esposa enquanto, os pobres gritavam: Milagre, Milagre !! "
Atualmente , comemora-se no dia 08 de julho, o dia de Santa Isabel. Por isso , neste dia é comemorado também  o dia do Panificador. A panificação é uma atividade muito antiga. Os primeiros pães foram assados sobre pedras quentes ou debaixo de cinzas.
A utilização de fornos de barro para cozimento dos mesmos  começou com os egipcios.
Na Europa o pão chegou através dos gregos. O pão romano era feito em casa, pelas mulheres, e depois passou a ser fabricado em padarias públicas. Foi aí que surgiram os primeiros padeiros. No século XVII, a França tornou-se o  centro de  fabricação de pães de luxo, com a introdução dos modernos processos  de panificação. No Brasil, a chegada do pão ocorreu no século XIX. No início , a fabricação do pão era uma espécie de ritual, com cerimonias. Com a chegada dos imigrantes italianos, a atividade de panificação começou a se expandir.

                              O   P A D E I R O

                                            Levanto cedo faço minhas abluções (lavagem, banho), ponho a chaleira no fogo para fazer café e abro a porta do apartamento  -   mas não encontro o pão costumeiro. No mesmo instante me lembro de ter lido alguma coisa no jornais da véspera sobre a "greve do pão dormido".
De resto não é bem uma greve , é um lock-out, greve dos patrões, que suspenderam o trabalho noturno; acham que obrigando o povo a tomar seu café da manhã com pão dormido conseguirão não sei bem o que  do governo.
Está bem . Tomo o meu café com pão dormido, que não é tão ruim assim. E enquanto tomo café, vou me  lembrando de um homem modesto que conheci antigamente. Quando vinha  deixar o pão à  porta do apartamento ele apertava a companhia, mas para não incomodar os moradores avisava gritando:
- Não é ninguém , é o padeiro !
Interroguei-o uma vez: como tivera a idéia de gritar aquilo ?
"Então você não é ninguém?"
Ele abriu um sorriso largo. Explicou que aprendera aquilo de ouvido.
Muitas vezes lhe acontecera bater  a campanhia de uma casa  e ser atendido  por uma empregada ou outra pessoa qualquer, e ouvir uma voz que vinha lá de dentro  perguntando quem era ;  e ouvir a pessoa que o atendera  para dentro : "não é ninguém, não senhora, é o padeiro".  Assim  ficara sabendo que não era ninguém.....
Ele me contou isso sem magoa nenhuma, e se despediu ainda sorrindo. Eu não quis  dete-lo para explicar que estava falando com um colega  ainda menos importante.  Naquele  tempo  eu também como os padeiros , fazia o trabalho  noturno. Era pela madrugada que deixava a redação do jornal, quase sempre  depois de uma passagem pela oficina -   e muitas vezes saía levando nas mãos  um dos primeiros exemplares rodados, o jornal ainda quentinho da máquina, como  pão saído  do forno.
Ah , eu era rapaz, eu era rapaz naquele tempo ! E as vezes me julgava importante porque no jornal que levava para casa  além de reportagens ou  notas que eu escrevera sem assinar, ia uma crônica ou artigo com o meu nome.
O jornal e o pão estariam bem cedinho na porta de cada lar; e dentro  do meu coração eu recebi a lição  de humildade  daquele  homem estre todos útil e entre todos alegre;
"Não é ninguém, é o padeiro"

E assobiava pelas escadas .............

                            ( Essa cronica é de Rubem Braga)

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"Pão alimento do corpo, da alma e símbolo da vida "

"A humildade é a essência da vida"

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