TURISMO DE MENTIRINHA

                   
                                          "ME  ENGANA  QUE EU  GOSTO"

                          
Todo dia 13 de junho é comemorado  em todo o Brasil o  Dia  do Turista, por isso preste bem atenção no texto logo abaixo:




Quem passa pelo trecho movimentado da Baker Street, no centro de Londres , não escapa de notar o acúmulo de turistas em fila para visitar  a casa do famoso detetive Sherlock Holmes. Ora Sherlock Homes  nunca existiu na vida real, é obra de ficção . Só teve residência na  imaginação de seu criador , Arthur Conan Doyle.
Um espertinho transformou este espaço  vago da Baker Street num museu  de Sherlock. E acaba atraindo pencas de turistas , que  pagam ingresso , convencidos de que ali de fato viveu  o detetive no fim do século  19 , início do século  20. Crédito ao talento  dos especialistas em turismo neste país, capazes de criar atrações  quase do nada. Da ficção literária, se necessário.
Bem que poderíamos  fazer isso no  Brasil. Por que não abrir , ao estilo Sherlock, um casarão na atual rua Riachuelo, centro  do Rio de Janeiro e chama-lo  de casa do Bentinho e da  Capitu, como no romance Dom Casmurro, de Machado de Assis.
NO livro a rua tinha o nome da época: Mata-Cavalo. Daria para reunir hoje no casarão Machado-nouveau alguns  objetos ligados a vida do escritor e dos personagensdaquele romance que até hoje intriga os leitores. Quem sabe até valesse  abrir  uma conpetição para decidir  se Capitu traiu mesmo  ou se tudo  não passou de uma ciumeira  doente de Bentinho.
De novo com o exemplo britânico,  basta ver o que se faz  em Nottingham, centro  da INglaterra, com Robin Hood. Levas de turistas  aparecem  para visitar o local  onde viveu  só em lenda o arqueiro  da floresta de Serwood, aquele que  tirava dos ricos para dar aos pobres (defensor dos fracos e oprimidos) A atração  continua  viva para visitantes do mundo  inteiro.
Existe quem vá  geograficamente ainda mais longe na Inglaterra, até a Cornualia, extremo oeste do país, para visitar o reino de Camelot da Tavola Redonda e dos  nobres Cavaleiros que serviam  o Rei Arthur. O assunto  já rendeu muitos livros e filmes, entre eles : Camelot e Excalibur, mas não custa lembrar que se trata de pura  lenda, porque nem rei nem corte existiram.
Tire-se o chapéu  aos promotores turisticos por saber aproveitar uma tendencia humana, já captada até em ditado brasileiro:   "Me  engana que eu gosto".

 Extraído do texto de Silio Bocanera


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