terça-feira, 18 de dezembro de 2018

A CERVEJA




Mas gosta de buteco e de cerveja de garrafa
E nunca ligou pra toda fumaça que eu faço
(Pedrinho Pimenta- Atitude 67)


Como tá chegando as festas de natal e fim de ano resolvi escrever sobre a cerveja.




Toda primeira sexta-feira de agosto desde 2007 é comemorado pelo mundo como o Dia Internacional da Cerveja
Afinal quem veio primeiro: o pão  ou a cerveja? Intrigado com a questão o químico inglês Ian Hornsey, da Sociedade Real de Quimica, leu, pesquisou e ouviu historiadores, antropólogos, arqueólogos e cientistas em geral e escreveu,  A History of  Beer and Brewing (Uma história da Cerveja e da Fermentação), um calhamaço de 700 páginas, que  investiga a fabricação de cerveja desde os primórdios,
Hornsey constatou a existência de um  raciocínio comum entre os estudiosos:
a cerveja não foi inventada pelo homem, mas descoberta por acaso.
Tudo teria começado com alguns grãos de cevada expostos à umidade que  fermentaram naturalmente em contato com o ar.
Algum homem encontrou esse líquido e  bravamente resolveu prová-lo. Claro que ele gostou daquela poção primitiva e se encarregou de  recriar o processo. Pronto.   A   humanidade estava apresentada à bebida mais democrática dos 8 mil anos. Este feliz acidente etílico teria acontecido com um habitante do Oriente Médio, não por acaso o berço de nossa civilização.
As pesquisas de Hornsey mostraram que a  tecnologia de fabricação teria explodido no Antigo Egito, entre 5.500 e 3,100 a.C.
O que parece ter sido um denominador comum, em todas as sociedades é a função social do  ato de beber.  "A falta de realidade causada pela embriaguez deve ter sido profundamente bem vinda num mundo sombrio e entediante" escreve Hornsey.
Alguma semelhança com suas motivações para um copo de cerveja?
O fato é que nossos avós, bisavós gostaram da bebida e passaram o costume para as gerações seguintes. Hoje cada brasileiro consome cerca de 50 litros de cerveja, estupidamente gelada por ano.



Vejam  agora o que disseram mais sobre a cerveja:

"Poucos tão lá quando seu olho lacrimeja
Muitos tão lá quando tem carne, whisky e cerveja" (projota)

"Um brinde a cerveja: a solução e a causa de todos nossos problemas"   (Homer Simpson)

"Só é sexta-feira após o lº copo de cerveja" (Tenório Cavalcanti)

"A receita da risada é simples: cerveja de garrafa, copo americano e dois bons amigos" (soulstripper)

"O que há em comum entre um bolo queimado, cerveja estourada no congelador e mulher grávida?
Nada, mas se você tivesse tirado antes nada  disso  teria acontecido. "  (Batuta)

"Cerveja é que nem banho: tem que tomar todo dia."  (Ewerton Único)

"Sou a favor da greve dos caminhoneiros, desde que não atrapalhe o abastecimento da cerveja" (anônimo)


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Postado por: Prof. Augusto Amoroso de Lima, prof. de História e Sociologia aposentado
e func. público estadual pela Pesquisa Cientifica e Tecnológica aposentado.



segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

LITERATURA INFANTIL BRASILEIRA

Oh! bendito o que semeia
Livros..., livros à mão cheia
E manda o povo pensar!
O livro caindo n'alma
É germe que faz a palma
                É chuva que faz o mar ( Castro Alves)



A literatura infantil brasileira nasce no final do século XIX.
Antes das últimas  décadas dos oitocentos, a circulação de livros infantis era precária e irregular, representada principalmente por edições portuguesas. Só a elite brasileira que lia. Aos poucos é que estas passaram a coexistir com as tentativas pioneiras e esporádicas de traduções nacionais.
No cômputo geral as primeiras décadas republicanas assistiram à formação da literatura infantil brasileira.
O primeiro livro a ser publicado no Brasil foi  justamente Histórias da Carochinha, por  isso o termo foi associado ao folclore  (folk =  povo  e lore = sabedoria ou conhecimento) do nosso país, representando a figura de uma velha bondosa que distrai as crianças com suas histórias.
Daí nasceu a nossa Dona Carochinha.

Explicando:
Carocha, significa escaravelho, barata,  besouro
Carochinha é o diminutivo de carocha, assim então  barata,  baratinha.
Então podemos dizer que carochinha e uma palavra portuguesa que se chama baratinha.
Quem não conhece a história da Dona baratinha  "que tem fita no cabelo e dinheiro na caixinha".

A Cora Coralina (1889-1985)) considerada a grande poetiza de Goiás, também tem um texto infantil
que diz assim:

                        Estórias da Carochinha

Minhas estórias da  Carochinha, meu melhor livro de leitura
 capa escura, parda, dura, desenhos em preto e branco.
Eu me identificava com as estórias.
Fui Maria e Joãozinho perdidos na floresta.
Fui a Bela Adormecida no bosque.
Fui Pele de Burro.Fui companheira do Pequeno Polegar
e viajei com o Gato de Sete Botas.
Morei com os anõezinhos.
Fui Gata Borralheira que perdeu o sapatinho de cristal
na correria da volta, sempre à espera do principe encantado,
desencantada de tantos sonhos
nos reinos da minha cidade.  (Do  Meu Melhor livro de leitura)




Olavo Bilac (1865-1918), poeta parnasiano coo-fundador da Academia Brasileira de Letras, eleito o primeiro "Príncipe dos Poetas", também escreveu  um poema infantil, que diz assim:

             
          A BONECA

Deixando a bola e a peteca
Com que inda há pouco brincavam
Por causa de uma boneca
Duas meninas brigavam.

Dizia a primeira:  É minha!
- É minha! a outra gritava;
E nenhuma se continha,
Nem a boneca largava.

Quem mais sofria (coitada!)
Era a boneca. Já tinha
Toda roupa estraçalhada
E amarrotada a carinha.

Tanto puxaram por ela,
Que a pobre rasgou-se ao meio
Perdendo a estopa amarela
Que lhe formava o recheio

E ao fim de tanta fadiga,
Voltando à bola e à peteca
Ambas, por causa da briga
Ficaram sem a boneca...       (Olavo Bilac do livro Poesias Infantis)



Em tempo:

Essa poesia A Boneca ei vi pela primeira vez quando estudava no Grupo  Thomaz Antonio Gonzaga, no 2º ano escolar com 8 anos de idade. A professora era a Dona Salvadora Gimenes Padial, estávamos no ano de 1954.


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Postado pelo Prof. Augusto Amoroso de Lima- funcionário da Pesquisa Científica e Tecnológica, aposentado e Prof. de História e Sociologia,  aposentado