segunda-feira, 24 de setembro de 2012
O TERRENO BALDIO
Meu irmão era muito vadio. Já cansado de procurar de todo jeito corrigi-lo, papai um dia ordenou-lhe que, sob pena de perder o almoço, fosse a um terreno baldio próximo a nossa casa e tomasse nota do que por lá havia.
De regresso, meu irmão anotara: " pregos, papéis, latas, vidros, arames, botões, garrafas, etc"
Para que servem essas coisas ? perguntou meu pai .
- Para nada, respondeu o mano.
- E nos outros terrenos do bairro , que é que existe?
- Casas e jardins.
-E porque é que se acumularam estas coisas inúteis nesse terreno? insistiu papai.
- Porque está vazio, explicou meu irmão.
Ao que retrucou papai:
-Não se aproveitando para nada, converteu-se em depósito de lixo. Sua vida até hoje tem sido igual a esse terreno. Você não a aproveita para nada, e ela está se enchendo de coisas inúteis.
Uma vida ociosa, como um terreno baldio, recolhe tudo o que é ruim. No homem trabalhador não há lugar para os vícios, maldades e diabruras de qualquer sorte.
Meu irmão compreendeu muito bem a lição e tornou-se desde então rapaz trabalhador, aproveitando muito bem o seu tempo.
(Hector O. Ferraro - Argentina )
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Em tempo:
O texto acima foi publicado em maio de 1944, pela primeira vez
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